
O financiamento imobiliário passou por mudanças importantes: o Governo elevou o valor máximo dos imóveis enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, e a Caixa voltou a financiar até 80% (era 70%) do valor do imóvel. Isso gera um alívio para quem vinha enfrentando entradas maiores e crédito mais restrito. A taxa de juros fica limitada à 12% nessa modalidade.
Essas alterações valem tanto para imóveis novos quanto usados e devem movimentar novamente o mercado, que havia esfriado por conta do aumento da Selic e da redução dos percentuais financiáveis. Além disso, o uso do FGTS continua sendo permitido para compor a entrada, amortizar ou quitar parte da dívida, o que ajuda muitas famílias a darem o primeiro passo rumo à casa própria.
Mas, mesmo com as novas condições, é essencial fazer escolhas conscientes. Comprar um imóvel costuma ser uma das decisões financeiras mais relevantes da vida e exige planejamento.
Financiamento imobiliário: Price ou SAC, qual tabela escolher?
No momento de contratar o financiamento, o banco geralmente oferece duas opções de amortização: a tabela Price e a tabela SAC.
Na Price, as parcelas são fixas ao longo do tempo, o que facilita o controle do orçamento. Porém, há um detalhe importante: no início, a maior parte do valor pago é composta pelos juros e o saldo devedor demora mais para cair.
Na SAC (Sistema de Amortização Constante), as prestações começam mais altas, mas vão diminuindo ao longo do tempo. Isso ocorre porque a amortização é constante, ou seja, igual durante todo o período de financiamento e maior do que na Tabela Price no início. Por conta disso, no total você paga menos juros.
Por isso, sempre que possível, vale optar pela SAC, especialmente se houver folga no orçamento para lidar com as primeiras parcelas um pouco mais pesadas. É uma escolha que pode gerar uma economia significativa em juros ao longo dos anos.
Financiamento imobiliário: menor prazo, menor custo
Outro ponto essencial é o prazo do financiamento. Quanto mais longo for o prazo, maior será o valor total pago em juros, mesmo que as parcelas fiquem menores no início.
O ideal é buscar o menor prazo possível que ainda caiba no seu orçamento, considerando também eventuais imprevistos e mudanças de renda. Em muitos casos, encurtar o prazo em apenas cinco anos pode reduzir muito o custo total do financiamento.
Financiamento imobiliário: planejamento é a chave
Antes de assinar o contrato, vale simular diferentes cenários e comparar propostas entre bancos. Pequenas diferenças na taxa de juros, prazo ou tipo de amortização podem mudar completamente o valor final da dívida. Mas, preste atenção nos indexadores, pois há mais de uma modalidade de crédito: taxa prefixada, taxa prefixada + TR, taxa prefixada + poupança, ou taxa prefixada + IPCA.
Ter clareza sobre o orçamento familiar, objetivos e reservas financeiras é o que transforma o sonho da casa própria em uma decisão segura e sustentável.
Como planejadora financeira, vejo todos os dias o impacto positivo que um bom planejamento faz. Com as novas regras, o crédito ficou mais acessível, mas é o planejamento que continua sendo o seu melhor aliado para conquistar seu imóvel sem comprometer o futuro.