
O Dia dos Namorados costuma ser um momento de celebração, carinho e troca de presentes. Mas, além das flores e jantares especiais, essa também pode ser uma boa oportunidade para olhar com mais atenção para a vida financeira a dois. Afinal, quando falamos de relacionamento, não estamos lidando apenas com sentimentos, estamos falando de projetos de vida. E todo projeto precisa de diálogo, alinhamento e, claro, planejamento (também falei sobre isso em um artigo publicado pela CNN, clique para acessar).
Ao longo dos anos atendendo casais, percebi que uma grande parte dos conflitos financeiros acontece por falta de diálogo. Por exemplo, é comum ver desentendimentos sobre compras feitas sem avisar, decisões importantes como empréstimos sem consulta prévia ou até sobre o uso exagerado do cartão de crédito, sem combinar com o parceiro.
Muitas vezes, cada um lida com o dinheiro de um jeito diferente, seja por experiências passadas, crenças familiares ou perfis de comportamento. Um pode ser mais controlado, o outro mais impulsivo. Um valoriza a segurança, o outro quer aproveitar o presente. E está tudo bem. O problema começa quando essas diferenças não são reconhecidas nem discutidas com maturidade.
Dia dos Namorados: como dividir as finanças do casal?
A forma como o casal organiza o orçamento diz muito sobre o relacionamento. E aqui vale dizer: não existe uma única maneira de dividir as finanças. Alguns casais preferem manter tudo separado, com cada um responsável por suas próprias despesas. Outros optam por unificar totalmente as contas, com uma gestão conjunta de todos os valores. Mas há também o modelo mais comum hoje em dia: cada um mantém sua conta individual e contribui para os gastos em comum como aluguel, supermercado, escola das crianças, viagens, por meio de uma conta conjunta ou de repasses mensais.
Essa divisão pode ser feita meio a meio, ou proporcional à renda individual, o que costuma ser mais justo quando os ganhos são diferentes. O importante é que o arranjo seja conversado e que funcione para ambos. O objetivo não é seguir uma fórmula pronta, mas criar um sistema em que os dois se sintam respeitados e confortáveis.
Por isso, gosto de reforçar: mais importante do que “quem paga o quê” é como o casal decide isso juntos. É essencial construir acordos financeiros que funcionem para os dois. O mais importante é que essa decisão seja tomada com transparência e alinhamento de expectativas. Não existe um modelo ideal, mas sim aquele que respeita as necessidades e os limites de cada um. Aqui no site, já fiz um texto explicando as várias maneiras de organizar as contas do casal.
Infidelidade financeira: o silêncio que abala a confiança
Outro ponto delicado é a infidelidade financeira. Ela acontece quando um dos parceiros esconde dívidas, gastos ou investimentos do outro. Isso mina a confiança e pode ter impactos tão sérios quanto uma traição emocional. Quando alguém esconde sobre o uso do dinheiro, geralmente está tentando evitar um confronto ou fugir de julgamentos. Mas isso só adia e agrava o problema. É fundamental criar um ambiente de segurança para conversar sobre dinheiro sem culpa ou vergonha.
Ter momentos específicos para falar sobre finanças ajuda muito. Pode ser uma vez por semana ou até por mês, tomando um café em casa ou durante uma caminhada. O importante é ter esse espaço aberto e constante. E, claro, celebrar também as conquistas financeiras juntos: a reserva financeira construída, a dívida quitada ou a viagem sonhada que virou realidade.
O amor é construído no dia a dia, nas pequenas atitudes como: planejar juntos uma compra importante ou discutir abertamente os próximos passos financeiros do casal. E o cuidado com o dinheiro faz parte disso. Não é sobre controle, é sobre parceria. É sobre escolher crescerem juntos, com respeito, transparência e propósito.
Neste Dia dos Namorados, que tal dar de presente ao seu relacionamento uma boa conversa sobre o futuro financeiro a dois?