
Uma pesquisa recente da Febraban revelou um dado preocupante: 55% dos brasileiros afirmam entender pouco (40%) ou nada (15%) sobre educação financeira, embora a maioria reconheça que o tema é muito importante. Isso deixa claro que ainda temos um longo caminho a percorrer e que existe um enorme espaço para desenvolvermos hábitos e conhecimentos que nos ajudem a cuidar melhor do nosso dinheiro.
Interessante, certo? Mas, antes de prosseguirmos, precisamos esclarecer um ponto: afinal, o que é educação financeira?
O que é educação financeira?
De acordo com a OCDE, educação financeira é “o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e dos produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação claras, adquiram os valores e as competências necessários para se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos neles envolvidos e, então, façam escolhas bem informadas, saibam onde procurar ajuda e adotem outras ações que melhorem o seu bem‑estar, contribuindo, assim, de modo consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro.” ENEF/OCDE (2010)
Educação Financeira: valores e prioridades
Um passo importante para uma boa educação financeira é simples, mas muitas vezes negligenciado: organizar as receitas e despesas. Saber quanto entra e quanto sai é essencial para tomar decisões mais conscientes. Sem essa base, qualquer tentativa de planejar o futuro se torna instável. É como construir uma casa sem alicerce.
Mas organização por si só não basta. É preciso entender primeiro quais são os seus valores e os seus objetivos de vida…
Se, por exemplo, a sua prioridade é ter mais tempo com a família, talvez seja necessário evitar certos gastos que demandam jornadas de trabalho mais longas. Se você valoriza a segurança, poupar para formar uma reserva pode trazer muito mais tranquilidade do que comprar um novo item de consumo.
Quando os seus objetivos estão alinhados aos seus valores, as decisões financeiras ganham mais clareza e propósito. Cada escolha de consumo se torna parte de um plano e não apenas uma resposta a impulsos ou desejos momentâneos.
Escolhas: presente e futuro
Outro ponto essencial é compreender que gastar hoje significa abrir mão de algo no futuro. Em finanças, chamamos isso de trade-off: ao escolher uma coisa, deixamos de escolher outra. Isso vale tanto para compras grandes, como um carro ou um imóvel, quanto para pequenos gastos diários. É importante se perguntar: “Ao gastar com isso agora, do que estou abrindo mão mais à frente? Estou me afastando ou me aproximando dos meus objetivos?”
Viver no presente é importante, mas não podemos ignorar que o futuro chega e mais rápido do que imaginamos. A busca pelo prazer imediato pode comprometer conquistas muito mais significativas lá na frente. Isso não significa viver em privação constante, e sim equilibrar prazeres de curto prazo com metas de longo prazo. O equilíbrio é o ponto chave aqui!
A educação financeira não é um fim em si mesma. Ela é uma ferramenta para viver melhor, de forma mais alinhada com aquilo que você considera realmente importante. Ao organizar o seu orçamento, refletir sobre seus valores e tomar decisões conscientes sobre seus gastos, você constrói não apenas um patrimônio, mas também a liberdade de viver a vida que deseja.
Investir tempo em aprender e praticar educação financeira é investir em você mesmo e esse é, sem dúvida, o investimento mais valioso que existe. Então, que tal começar hoje mesmo a dar o próximo passo para transformar a sua relação com o dinheiro e conquistar a vida que você sempre sonhou?