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Fazer renda ou comprar pronta?

Fazer renda ou comprar pronta?

Fazer renda ou comprar pronta?

A Revista ValorInvest de novembro do Jornal Valor Econômico trouxe na capa o tema: Viver ou Juntar Dinheiro. Esse foi um assunto que fez muito sucesso nos últimos dias nas mídias sociais, graças a um relato de um ouvinte do Max Gehringer. Neste texto, o autor se gaba de nunca ter juntado dinheiro e diz que assim viveu muito melhor.

Na verdade, entendo que não é necessário escolher entre viver ou juntar dinheiro, o ideal é que se viva bem no presente, mas que também não deixe de poupar para o futuro. Evitando os desperdícios e com um pouco de planejamento é possível conseguir fazer os dois. Este inclusive foi o tema do meu post “Como será meu padrão de vida na aposentadoria?”.

Na matéria “Fazer renda ou comprar pronta” nesta Revista, a jornalista Karla Spotorno faz uma reportagem sobre como lidar com o dinheiro acumulado no momento em que desejar se aposentar. Ela faz algumas considerações ponderando entre as opções de contratar renda vitalícia por meio de uma previdência ou gerir seu patrimônio acumulado sem a contratação desta renda.

Nesta reportagem, contribuí fazendo umas simulações de retiradas mensais divididas em duas partes.

Na primeira, simulei quanto um indivíduo poderia resgatar mensalmente se aplicasse o seu patrimônio acumulado de R$ 1 milhão, ao se aposentar aos 65 anos, em uma das aplicações definidas na tabela.

Na segunda parte, o indivíduo, ao completar 65 anos, deixaria sua reserva de R$ 1 milhão aplicada na previdência e adiaria a sua data de conversão em renda para poder efetuar resgates mensais programados. Nesta simulação, foram considerados 3 tipos diferentes de planos de previdência: renda fixa, inflação, e com ações.

Foram consideradas as expectativas de vida, dadas pela Tábua Atuarial BR-EMS, de 86,4 anos para os homens e de 89,7 anos para as mulheres. O patrimônio estaria zerado quando a pessoa alcançasse a idade estimada em ambas as simulações.

Ressalto que estes cálculos foram baseadas nos índices divulgados de fundos imobiliários, de títulos públicos atrelados à inflação, de títulos públicos de renda fixa, de ações pagadoras de dividendos e do Ibovespa, mas que as rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. Para os planos de previdência, foram consideradas taxas de administração de 1% ao ano. E não foram considerados os custos de impostos nos resgates.

Por outro lado, três seguradoras simularam os valores de renda mensal vitalícia contratada tanto para homens quanto para mulheres que tivessem R$ 1 milhão quando se aposentassem aos 65 anos. Dentre as seguradoras consultadas, a que calculou as maiores rendas mensais informou os seguintes valores: R$ 5.717,63 para os homens e R$ 5.204,44 para as mulheres.

Portanto, considerando-se a primeira simulação, teria sido melhor aportar o dinheiro em qualquer um dos investimentos definidos na tabela do que contratar a renda vitalícia, já que os resgates seriam maiores.

Porém, sugiro que o investidor não aplique seus recursos num único tipo de investimento e que procure compor uma carteira diversificada, como forma de minimizar os riscos, mas sempre de acordo com seu perfil de risco.

Considerando-se a segunda simulação, onde o dinheiro ficaria aplicado na previdência e seriam efetuadas retiradas mensais programadas, somente seria melhor contratar a renda vitalícia na opção do plano com ações.

Nesta segunda simulação, de retiradas programadas, seria necessário aportar em pelo menos duas previdências, já que na maioria dos casos, só é possível sacar de um mesmo plano a cada 60 dias. Além disso, o mais indicado seria alterar a data de aposentadoria para muitos anos a frente para não precisar se preocupar em ficar adiando a conversão em renda a todo momento.

O problema de não contratar a renda vitalícia seria se a pessoa vivesse mais do que o esperado e, neste caso, o dinheiro poderia acabar antes da hora. Desta forma, sempre indico para meus clientes que façam as contas considerando viver até os 100 anos.

Porém, é importante lembrar que cada caso é um caso. O investidor que, ao se aposentar, não tiver interesse, disposição, saúde ou se ainda não quiser contratar um planejador financeiro para cuidar de seu dinheiro, deverá adquirir o recebimento de renda da previdência. Assim, terá a garantia de uma aposentadoria mais tranquila.

Uma outra solução seria combinar as duas opções: contratar renda com uma parte do patrimônio acumulado para não precisar se preocupar e deixar a outra parte aplicada, efetuando resgates mensais, para procurar obter maiores rentabilidades.

Segue a reportagem na íntegra:

Fazer renda ou comprar pronta_Valor

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