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Perguntas e Respostas: investimentos de longo prazo e previdência privada

Há poucos dias, fui convidada para uma entrevista na Rádio Gaúcha, no Programa Acerto de Contas, da Giane Guerra. Conversamos bastante sobre investimentos de longo prazo e previdência privada. Como o papo foi bem interessante, gostaria de compartilhar a seguir este trecho da entrevista. Abaixo, você vai encontrar também os pontos principais da nossa conversa.

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Investimentos de longo prazo e previdência privada

PERGUNTA: Qual é a melhor forma de fazer uma reserva financeira para uma criança de 8 anos?

RESPOSTA: Apesar de algumas pessoas discordarem, acredito que um bom começo possa se dar pela própria poupança, com pequenos aportes mensais. Inclusive pode fazer até um agendamento de aplicação automática para todos os meses. A poupança conta com a vantagem de ser mais conhecida, possuir regras mais fáceis e ser bem acessível para quem está começando.

A ideia é ir juntando aos poucos e aportando na poupança. Quando já tiver um valor maior, pode partir para o Tesouro Direto (o Tesouro SELIC é uma ótima opção), por exemplo.

Mas é bom frisar que os pais ou responsáveis devem sempre pensar em sua própria reserva de emergências antes de iniciar a reserva das crianças. Como no avião, quando caem as máscaras de oxigênio, primeiro deve-se colocar a máscara em si próprio para depois colocar as máscaras nas crianças. Ou seja, primeiro é preciso se ajudar para que, somente depois, possa ajudar os pequenos.

 

PERGUNTA: Fundos com perfil mais arrojado, que tiveram queda este ano: devem ser considerados como investimento de longo prazo? A pessoa que perdeu dinheiro deve sair do fundo e realizar a perda ou deve esperar pensando no longo prazo?

RESPOSTA: A primeira coisa a saber é se a composição da carteira de investimentos está adequada ao perfil do próprio investidor e ao horizonte de tempo planejado.

Se a pessoa está muito preocupada, já pode ser um indício de que o investimento não esteja adequado ao perfil dela.

Para quem está com a carteira adequada ao seu perfil, não deveria ser necessário fazer nenhum movimento de resgate. Pois a pessoa pode esperar até que os investimentos se recuperem.

Para a reserva de emergências, por exemplo, não aconselhamos que se invista em ações ou fundos imobiliários, porque sabemos que seus preços podem variar muito num momento de crise.

 

PERGUNTA: Ouvinte – “Fiz uma aplicação VGBL de 10 anos. Corro o risco de não receber?”

RESPOSTA: É preciso checar qual é a seguradora. Existe um controle feito pela SUSEP, que é o órgão regulador, mas o risco sempre existe. Se a pessoa não está confortável, por exemplo, com a seguradora em que fez o VGBL, ela pode fazer a portabilidade para uma outra seguradora que ela considere mais segura, com menores chances de falência.

 

PERGUNTA: Existe alguma garantia nesses casos?

RESPOSTA: Não há nenhuma garantia. A garantia é a saúde financeira da empresa. É justamente por isso que se recomenda a portabilidade para outra seguradora caso exista alguma insegurança. Além disso, a portabilidade não tem custos.

É sempre bom lembrar que a portabilidade somente pode ser feita enquanto se está no período de contribuição. Se a pessoa já estiver recebendo o benefício, já não se pode mais fazer a portabilidade.

 

PERGUNTA: Um dos nossos ouvintes contratou um plano de previdência privada em dezembro de 1997, com previsão de renda vitalícia mensal a partir de 26 de dezembro de 2020, com rendimento de IGPM + 6% ao ano. Recentemente, porém, ele foi obrigado a fazer a portabilidade pela empresa para um plano PGBL ou o resgate total da reserva, sob alegação de que não há títulos no mercado que garantam as taxas contratadas. O que fazer?

RESPOSTA: Realmente, com as sucessivas quedas nas taxas de juros da economia, fica difícil para a seguradora garantir tal rendimento (IGPM + 6%), então é por isso que ela quer que o investidor resgate total ou mude para um PGBL. Mas vale a pena entrar em contato com a SUSEP porque tal situação pode caracterizar uma quebra de contrato, já que o termo foi assinado há muitos anos. É preciso analisar o que está previsto no contrato.

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