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O que a escassez de água pode nos ensinar sobre os cuidados com nossas finanças

escassez de água é um grave problema que assola nossos tempos. Apesar do Brasil possuir 12% da água doce do mundo, o país não gere bem seus recursos hídricos, planeja mal os investimentos e desperdiça muito, algo em torno de 37% da água tratada.

No ano passado, esta questão foi especialmente agravada pela falta de chuvas em diversas regiões do país. Principalmente a Região Sudeste estava em vias de ficar sem abastecimento de água e a ter de fazer racionamento, já que havia o perigo dos reservatórios ficarem vazios.

Mas, o que a escassez de água pode nos ensinar sobre os cuidados que devemos ter com nossas finanças?

 

Os recursos NÃO são infinitos

Assim como a água, o tempo e o dinheiro também não são infinitos, ou seja, se não os utilizarmos de forma consciente e com parcimônia, eles podem acabar. Não temos como fugir disso.

Ainda sobre a escassez de água, no ano passado, quando percebemos que os reservatórios estavam baixando e a chuva não vinha, fomos alertados sobre uma possível falta de água.

Desde então, passamos a tomar cuidado com o uso daquele recurso escasso. Deixamos de esbanjar e começamos a pensar em formas de economizar água e de armazená-la. Tomamos consciência de que havia muito desperdício no banho demorado, ou mesmo, na lavagem das calçadas.

De um modo geral, muitos cuidados com o uso deste recurso passaram a fazer parte das nossas rotinas. Nós sabíamos que se não fôssemos controlados, a água poderia nos faltar no curto prazo, num futuro próximo.

Logo os reservatórios já estavam no volume morto e os responsáveis mudaram a forma de medição e passaram a contar com essa reserva para o consumo do dia a dia da população.

Como os reservatórios estavam baixos, tivemos que utilizar outras fontes de recursos para gerar a nossa energia, porém essas fontes eram mais caras, o que complicou a vida dos usuários e aumentou o custo de vida das pessoas.

O fato é que, por conta da necessidade, tivemos que aprender a utilizar melhor a água que possuímos e descobrimos que, mesmo vivendo em um país riquíssimo em recursos hídricos, sem controle, a escassez seria a regra.

O que quero mostrar neste texto, é que isso vale para o tempo e para o dinheiro também …

 

A escassez de água e a escassez de dinheiro

Todo este raciocínio sobre o uso da água, pode ser facilmente ser transportado para o uso do dinheiro, já que estamos falando de recursos finitos.

Da mesma forma que a água, quando o dinheiro está jorrando em abundância, não temos o costume de controlar o seu uso. Desperdiçamos! Não temos cuidado com ele!

Então… vem a crise, tempos difíceis, onde a austeridade é a regra. Nesses períodos, observamos que as nossas fontes, antes fartas, agora estão secando dia após dia. Só que agora há um agravante: não há mais jeito de armazená-lo, pois o excedente já foi utilizado.

Repare como, na escassez, começamos a perceber a importância deste recurso e o quanto fizemos mau uso dele. Trata-se de uma ótima oportunidade para aprendermos, afinal, se tivéssemos sido previdentes anteriormente e no momento de abundância tivéssemos feito uma boa reserva, agora não estaríamos sofrendo tanto com a sua escassez.

As crises devem servir de exemplo para que cuidemos melhor dos nossos recursos escassos, seja o dinheiro, o tempo ou a água. Devemos aprender a tomar conta deles em épocas de fartura do mesmo modo que fazemos quando estamos na iminência de ficar sem eles.

Veja aqui este vídeo do Porta dos Fundos que ilustra de forma muito interessante esta analogia entre escassez de tempo e dinheiro:

Neste ano, as chuvas voltaram e os reservatórios já estão em níveis mais favoráveis. Do mesmo modo, a economia do país também irá se ajustar e o dinheiro voltará a circular. O que deve ficar de lição é o aprendizado no sentido de fazermos bom uso de nossos recursos financeiros e cultivarmos o hábito de poupar. Isso tudo será essencial para superarmos os momentos difíceis com mais tranquilidade, sejam eles de escassez de água como tivemos no ano passado ou de crises econômicas como estamos vivendo agora.

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