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Melhor evitar as tentações do que tentar resistir a elas

Evitar as tentações

É muito difícil resistir às tentações, então, é melhor evitá-las. É isso que diz Dan Ariely em seu livro A (Honesta) Verdade sobre a Desonestidade que estou lendo agora.

Dentre os muitos conceitos que o autor analisa no livro, um dos que mais me fascina é a nossa capacidade decrescente de resistir às tentações.

De acordo com Ariely, nossa capacidade de resistência diminui à medida que ficamos mais cansados, como se fosse um músculo que se esgota depois de fazer muitas repetições de um exercício.

Imagine que você vai fazer 10 levantamentos com um peso de 1kg. Até aí, ok. Mas, e se fizer 100, 200 levantamentos? Mesmo o peso sendo leve, chega uma hora em que nosso músculo se exaure e a gente se cansa.

Ele compara o funcionamento do cérebro com o do músculo, dizendo que assim como um músculo, nosso cérebro pode resistir às tentações várias vezes ao longo do dia, mas chega um ponto em que não consegue mais resistir e sucumbe à tentação.

Por exemplo, imagine que você está em uma dieta rigorosa e de manhã cedo já tem que resistir ao bolo que está em cima da mesa no café da manhã. No caminho para o trabalho, você passa na frente de uma padaria e sente o cheiro daquele pãozinho fresco saindo na hora. No almoço, o garçom oferece uma torta de chocolate de sobremesa. E você lá resistindo fortemente…

De tarde, tem o aniversário do colega que leva salgadinhos para comemorar e, por fim, você chega em casa e não tem nada pronto de saudável para o jantar. Claro que acaba rolando um miojo ou você pede uma pizza no aplicativo de delivery.

Ou seja, foram tantas tentações ao longo do dia que, no final do dia, você se rendeu e comeu a pizza que não deveria ter comido.

Isso é uma clara demonstração de como a resistência às tentações pode ser difícil e, portanto, é melhor evitá-las.

Voltando ao mundo das finanças: quando falamos nas tentações em relação às compras, por exemplo, melhor seria deixar o cartão de crédito em casa quando for ao shopping, ou até, nem ir ao shopping.

Uma coisa que chama muita atenção é que os bancos e todo o comércio têm se esforçado ao máximo para reduzir a percepção que temos de que o dinheiro está saindo do nosso bolso. Trocaram o dinheiro físico pelos cartões. Em seguida, estão trocando os cartões pelo pix e pelos cartões digitais. Agora, nem mesmo senha é necessário digitar: paga-se por aproximação. Tudo isso está alinhado ao que previu Ariely, quando falou sobre a “dor do pagamento” (clique aqui para saber mais).

Outra forma de evitar as tentações é descadastrar o e-mail das lojas que você mais gosta. Além disso, deixar de seguir essas lojas nas redes sociais pode ajudar a evitar a tentação de comprar produtos desnecessários.

Resumindo: Ariely explica que nossa capacidade de resistência diminui à medida que ficamos mais cansados, como se fosse um músculo que se exaure depois de fazer muitas repetições de um exercício. Da mesma forma, nosso cérebro pode resistir às tentações várias vezes ao longo do dia, mas chega um ponto em que não consegue mais e sucumbe à tentação.

E você? O que acha disso? Concorda que o melhor remédio é realmente evitar as tentações?

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