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Finanças entre gerações: como cada geração lida com o dinheiro?

Nessa semana, o Portal Como Investir, da ANBIMA, publicou uma matéria muito interessante sobre as finanças entre gerações como cada uma delas lida com o dinheiro (clique aqui para ler). O texto trata das características de cada grupo e revela até alguns pontos interessantes que podemos extrair de aprendizado com cada um deles. Fui convidada a colaborar com o artigo e dei minha opinião sobre essas diferenças, baseada na minha percepção como planejadora financeira e não em pesquisas ou estatísticas. Na ocasião, a jornalista me perguntou quais seriam as características mais marcantes de cada geração (baby boomers, geração X e millenials). Ela queria saber como essas pessoas lidam com dinheiro, se são mais propensas a poupar ou se são mais perdulárias, como investem etc… Segue a minha resposta completa, que foi em parte aproveitada no artigo: Percebo que os mais novos, os millenials, são mais voltados à tecnologia, aceitam mais as fintechs (startups de tecnologia e finanças) e não gostam de ir à banco (utilizam bancos digitais). Eles também são mais afeitos a comprar criptomoedas e ter seus recursos geridos por robôs. Tenho notado que essa geração não liga muito para carro como as gerações anteriores e nem para ter o seu imóvel próprio. Muitos deles nem tiraram a carteira de motorista, mas são impelidos a trabalhar por um propósito e nem sempre estão preocupados com uma carreira em empresa, estabilidade no emprego e tal. Por outro lado, nem todos vão ter um emprego que os pague bem, pois isso não é o que importa para eles. Por isso, pode ser que tenham mais dificuldade em amealhar um patrimônio para a aposentadoria. Fora os que se destacarem em startups e no mundo empresarial, claro. Por outro lado, a minha geração (geração X) costuma pensar em ter um bom emprego, uma boa casa e um bom carro. É comum encontrar muitos de nós em um emprego estável. Fazer carreira na empresa também é importante para muitos de nós. Porém, a minha geração já não fica a vida todo no mesmo emprego como na geração anterior (baby boomers). Inclusive, alguns como eu, já estão mudando suas carreiras para um trabalho com propósito…. Outra questão importante é que nós da geração X ainda vimos a alta inflação no Brasil, assim como nossos pais. Na geração deles, era muito difícil fazer planos para o futuro. Na nossa, isso passou a ser possível desde 1994, com o Plano Real. Eu ainda lembro das maquininhas alterando os preços no supermercado, mas já entrei no mercado de trabalho depois da estabilização. Eu me formei exatamente em 1994. Aliás, o Edmar Bacha deixou de ser meu professor de economia na PUC para elaborar o Plano Real! Legal, né? Esse registro sobre como cada geração costuma pensar é essencial para entendermos de onde as coisas vêm a para onde elas tendem ir. Isso também pode ser muito importante para saber se relacionar com cada pessoa, conforme a mentalidade predominante na sua faixa etária. E você, já parou para pensar nas diferenças das finanças entre gerações? Como você as enxerga? Existem contrastes entre a sua visão e a visão dos seus pais e filhos, se for o caso?
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