Sabe aquele momento em que o dinheiro parece sumir sem a gente perceber? Pois é, disciplina financeira é o que muda esse jogo. Ela é a base para qualquer planejamento financeiro bem-sucedido. Mais do que cortar gastos, ela significa ter clareza sobre suas receitas, despesas e objetivos. É organizar o dinheiro para que ele trabalhe a seu favor e não o contrário.
Recentemente, uma cliente me trouxe um relato que me fez sorrir: “Nunca mais comprei uma blusinha desde que te conheci. Isso já gerou economia não só da blusinha, mas também do estacionamento do shopping. Sem contar que sempre acabava fazendo um lanchinho por lá. Eu estava muito indisciplinada. A planilha fez toda a diferença.”
Esse relato mostra como pequenos hábitos financeiros, quando bem ajustados, podem gerar grande impacto no futuro. Também falei sobre a disciplina financeira em um artigo publicado na Veja Rio, na coluna da Lu Lacerda, clique aqui para acessar.
Disciplina financeira: como o planejamento financeiro transforma sua relação com o dinheiro
Ela chegou até mim dizendo que o futuro parecia um grande ponto de interrogação. O medo de não conseguir se aposentar com tranquilidade a deixava insegura.
Começamos organizando suas receitas e despesas e, a partir daí, projetamos cenários. Como ela é autônoma, calculamos sua renda média mensal do último ano, para que o planejamento fosse bem realista. Definimos quanto seria necessário poupar mensalmente para garantir uma aposentadoria compatível com o padrão de vida desejado. Também revisamos o seguro de vida que já possuía, entendendo suas características e verificando sua adequação.
Dedicamos um tempo especial para analisar sua carteira de investimentos. Fizemos também uma aula sobre o tema, que a ajudou a compreender onde seus recursos estavam aplicados e a ter tranquilidade para continuar investindo sua poupança mensal.
Por fim, como não poderia ser diferente, fizemos ainda um teste de perfil comportamental, que revelou predominância em conscienciosidade e, em segundo lugar, extroversão. A disciplina e a organização típicas da conscienciosidade são ótimas aliadas do planejamento financeiro, mas a energia e o entusiasmo da extroversão podem levar a decisões impulsivas. Quando bem equilibradas, essas duas características se tornam uma combinação poderosa: motor e volante juntos, garantindo força para avançar e direção para não sair do caminho.
Para complementar, indiquei dois livros que considero fundamentais: Escassez, de Mullainathan e Shafir, e A Psicologia Financeira, de Morgan Housel. Essas leituras ajudam a entender como nossa mente influencia as decisões com dinheiro e por que, muitas vezes, caímos em armadilhas comportamentais.
Disciplina financeira: próximos passos…
Também conversamos sobre os próximos passos e sobre a importância de revisarmos o planejamento pelo menos uma vez por ano…
Brinquei com ela dizendo que a única certeza que eu teria é que tudo o que estimamos daria errado. Afinal, a poupança dela não será exatamente a mesma mês a mês, a taxa de juros muda, a economia oscila, as regras de investimentos e de tributação podem ser alteradas, e até os objetivos de vida dela podem se transformar. E, justamente por isso, o planejamento precisa ser vivo, dinâmico, revisitado.
O que essa cliente descobriu é que pequenas escolhas do presente, como evitar compras por impulso, podem ter grande impacto no futuro. A disciplina financeira entra justamente aí: não se trata de se privar, mas de escolher com consciência. O planejamento financeiro não é sobre restrição, mas sobre clareza e liberdade. É ter segurança para aproveitar a vida hoje, sabendo que o amanhã também estará protegido.